A primeira vacina contra a covid-19 desenvolvidas com matérias e tecnologia totalmente brasileiros, está na terceira fase de testes clínicos, que é a última antes de ser submetido para aprovação final da Anvisa. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciou a conclusão da fase 2 dos ensaios em humanos e o início da nova fase, prevista para começar no início de 2026, com a participação de mais de cinco mil voluntários. Desenvolvida com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a iniciativa marca um feito inédito da ciência brasileira.
O ministério investiu R$ 140 milhões no desenvolvimento da vacina, por meio da RedeVírus, apoiando todas as etapas de testes, desde os ensaios pré-clínicos até as fases clínicas 1, 2 e 3. A vacina foi desenvolvida no CTVacinas/UFMG, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz em Minas Gerais (Fiocruz Minas), sob coordenação do professor Ricardo Gazzinelli, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG e da Fiocruz/MG. A nova fase de testes será coordenada pelo patrocinador (CT-Vacinas) e pelo Centro de Pesquisas Clínicas (CPC)/Hospital das Clínicas – UFMG e contará com voluntários de todas as regiões do País.
Para garantir a segurança, eficácia e qualidade antes da aprovação para uso amplo, são feitas etapas com sequências rigorosas e divididas em 3 partes.
Fase 1 – Segurança
É o primeiro teste em humanos, com foco na segurança do imunizante.
No caso da SpiN-TEC, 1.759 pessoas se candidataram aos testes, sendo 178 voluntários elegíveis. Nenhum efeito colateral grave foi registrado.
Fase 2 – Eficácia e efeitos adversos
Envolve um número maior de participantes. Para a SpiN-TEC, mais de 300 voluntários foram acompanhados por 12 meses, com coletas de sangue e consultas regulares.
Essa fase visa testar a eficácia da vacina e continuar o monitoramento de segurança.
Fase 3 – Testes em larga escala
Última e mais abrangente fase dos ensaios clínicos.
Estima-se que SpiN-TEC seja testada em 5.300 voluntários de todas as regiões do Brasil. Essa etapa confirma a eficácia em uma população diversificada, em condições reais, considerando diferentes faixas etárias, etnias e condições de saúde. Se aprovada nessa fase, a vacina poderá ser submetida à Anvisa para registro e disponibilização à população.